#1
Respeitando o acordo tácito que existe entre todos nós, a história que vos vou contar é naturalmente falsa: todas as histórias que concebemos e contamos aos nossos amigos e familiares são falsas, bem o sabeis. O que de verdadeiro se reconhecer nela mais não será do que uma esquiva memória, um sonho quase apreendido.
(Nuno Ferreira, Professor de Língua Portuguesa)
#2
Mal acordou, Margarida recordou com prazer os últimos acontecimentos que vivera. Sentiu-se confortada pelas palavras sinceras, ditas na ocasião. Vivia, sem dúvida, um novo período na sua insuspeitada breve existência. Convocando as memórias da infância, associou o vento quente que a empurrava nas manhãs de Julho com as oportunidades que os mais recentes acontecimentos lhe pareciam tão nitidamente oferecer. Tinha vivido muitas emoções juntas, com pouco tempo para as compreender na sua real dimensão e para ajuizar que rumo novo estava a ser dado à sua vida. Já sofrera as vicissitudes de não poder avançar, de se sentir paralisada pela falta de coragem; desta vez, porém, parecia-lhe, as coisas estavam mesmo a mudar.
Ainda entorpecida pelo sono, fez planos.
(Pedro Martins, Professor de Educação Moral e Religiosa Católica)
#3
Determinada, Margarida correu para a janela para poder apreciar a bela paisagem que se estendia à sua frente. Sem dúvida que iria desfrutar do segundo ensejo que a vida lhe oferecia. Sim, desta vez, ela iria ser feliz. Não iria desperdiçar um segundo, já passara muito tempo no hospital, perdida, sem rumo, sem coragem e essencialmente sem esperança. Agora, o mundo estava à sua espera, não havia nada a recear…
Abriu a janela, fechou os olhos e deixou a brisa da manhã inundar-lhe o rosto. Um sorriso espraiou-se nos seus lábios…
(Bárbara Mesquita, 12.º C)
Continuemos o nosso conto. De quem será o 4º segmento? Todos os membros da comunidade educativa podem participar.