"Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas." (Bernardo Soares)
publicado por Departamento de Língua Portuguesa | Sexta-feira, 28 Novembro , 2014, 10:29

 

A lenda dos tripeiros

 

No ano de 1415, construíam-se nas margens do Douro as naus e os barcos que haveriam de levar os portugueses, nesse ano, à conquista de Ceuta e, mais tarde, à epopeia dos Descobrimentos. A razão deste empreendimento era secreta e nos estaleiros os boatos eram muitos e variados: uns diziam que as embarcações eram destinadas a transportar a Infanta D. Helena a Inglaterra, onde se casaria; outros diziam que era para levar El-Rei D. João I a Jerusalém para visitar o Santo Sepulcro. Mas havia ainda quem afirmasse a pés juntos que a armada se destinava a conduzir os Infantes D. Pedro e D. Henrique a Nápoles para ali se casarem...

Foi então que o Infante D. Henrique apareceu inesperadamente no Porto para ver o andamento dos trabalhos e, embora satisfeito com o esforço despendido, achou que se poderia fazer ainda mais. E o Infante confidenciou ao mestre Vaz, o fiel encarregado da construção, as verdadeiras e secretas razões que estavam na sua origem: a conquista de Ceuta. Pediu ao mestre e aos seus homens mais empenho e sacrifícios, ao que mestre Vaz lhe assegurou que fariam para o infante o mesmo que tinham feito cerca de trinta anos atrás aquando da guerra com Castela: dariam toda a carne da cidade e comeriam apenas as tripas. Este sacrifício tinha-lhes valido mesmo a alcunha de "tripeiros". Comovido, o infante D. Henrique disse-lhe então que esse nome de "tripeiros" era uma verdadeira honra para o povo do Porto. A História de Portugal registou mais este sacrifício invulgar dos heróicos "tripeiros" que contribuiu para que a grande frota do Infante D. Henrique, com sete galés e vinte naus, partisse a caminho da conquista de Ceuta.

(Pesquisa de Inês Lemos e Rodrigo Ferreira, 7.º A)

 

 

A Lenda de Santa Joana Princesa

 

A princesa D. Joana, filha do rei Afonso V, revelou desde muito tenra idade uma grande vocação religiosa. Apesar de viver na corte, afastava-se de festas e convívios, preferindo rezar e meditar. Dizia-se que D. Joana era muito bela, mas, alegando a sua intenção de se tornar freira, recusava todos os pretendentes.

Com autorização real, entrou para vários conventos. O seu preferido era o Convento de Jesus em Aveiro, onde queria professar. Mas a ideia não agradava nem ao rei nem ao povo.

Perante tanta discórdia, D. Joana decidiu não professar, mas declarou que usaria o véu de noviça para sempre. Insistiu em ingressar no Convento de Jesus, vivendo em humildade e na pobreza e aplicando as rendas que possuía no socorro dos pobres. A sua caridade era tão grande que depressa ficou conhecida como santa.

Um dia, a princesa adoeceu de peste e morreu em grande sofrimento. Quando o seu enterro passou pelos jardins do convento, as flores que ela tinha tratado em vida caíram sobre o seu caixão, prestando-lhe uma última homenagem. Este acontecimento foi considerado o primeiro milagre de Santa Joana Princesa.

A partir de então, muitos outros milagres lhe foram atribuídos e, 200 anos depois, o Papa Inocêncio XII concedeu a beatificação a esta infanta de Portugal.

(Pesquisa de Vicente Azevedo, 7.º A)

 

 

A lenda de Cayo Carpo

 

Cayo Carpo era um romano pagão que casou com uma rapariga, no ano de 44. A festa de casamento foi numa praia no Norte de Portugal. Durante a festa, avistaram uma nau a passar em alto mar.

O cavalo de Cayo Carpo, assustado, entrou no mar e foi em direção àquela embarcação, mas desapareceu na escuridão. Quando chegou à nau, Cayo Carpo viu que estava diante do corpo do apóstolo S. Tiago que estava a ser levado para a Galiza, para ser enterrado onde hoje é a cidade de Santiago de Compostela.
Cayo Carpo ficou tão impressionado que se converteu imediatamente ao cristianismo e, ao voltar à praia, ele e o seu cavalo saíram do mar cobertos de vieiras de cor matizada.
Por isso, aquela praia passou a ser conhecida como Matizado, depois Matizadinho, até ao seu nome atual: Matosinhos.
(Pesquisa de José João Leite, 7.º A)

 

O Senhor de Matosinhos

 

No Inverno, todos os dias de manhã, um pescador pegava no seu carrinho de mão e ia para a praia juntar lenha para a lareira. Quando já tinha lenha suficiente no carrinho de mão, ia para casa parti-la e arrumá-la no sítio onde costumava.

Um dia, no momento em que estava a colocá-la ao lume, reparou que no meio se encontrava um braço de madeira. Não ligou e pô-lo a arder juntamente com o resto da lenha.

Entretanto, a lenha ardeu toda e o braço continuava intacto. O pescador achou muito estranho, mas não lhe deu grande importância.

Passados uns dias, o pescador voltou a ir recolher lenha à praia, até que encontrou uma imagem de madeira sem um braço. Pensou que talvez aquele braço que tinha em casa pertencesse à imagem e levou-a para a casa para se certificar se lhe pertencia ou não.

Quando chegou a casa e viu que aquele braço de madeira pertencia à imagem, pensou de imediato que não era coisa natural.

Naquele momento, não sabia muito bem o que fazer com a imagem, mas considerou que o melhor era levá-la para o sítio onde a tinha encontrado.

Levou a imagem de madeira para a praia, erguendo-a num pelourinho, e deu-lhe o nome de Senhor de Matosinhos.

(Pesquisa de Miguel Albuquerque, 7.º A)
 

O Senhor de Matosinhos

 

Segundo a tradição, a imagem do Senhor de Matosinhos é uma das mais antigas de toda a cristandade.

A lenda diz que esta imagem foi esculpida por Nicodemos, que assistiu aos últimos momentos de vida de Jesus, sendo por isso considerada uma cópia fiel do seu rosto. Nicodemos esculpiu mais quatro imagens, mas esta é considerada a primeira e a mais perfeita. A imagem é oca porque nela teria Nicodemos escondido os instrumentos da Paixão e, nesses tempos de perseguição, os objetos sagrados eram escondidos ou atirados ao mar para escaparem à fogueira. Nicodemos atirou a imagem ao mar Mediterrâneo, na Judeia, e esta foi levada pelas águas, passou o estreito de Gibraltar e veio dar à praia de Matosinhos, perdendo na viagem um braço. A população de Bouças ergueu-lhe um templo e designou a imagem por Nosso Senhor de Bouças, venerando-a durante 50 anos pelos seus muitos milagres. Mas, um dia, andava uma mulher na praia de Matosinhos a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes. Em casa, lançou-o ao fogo, mas este pedaço saltou da lareira não só da primeira, mas como de todas as vezes que ela o tentava queimar. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para lhe dizer qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças. Assombrada pelo milagre, a população verificou que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado. No século XVI, a imagem foi mudada para uma igreja em Matosinhos, construída em sua honra, ficando a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.

(Pesquisa de Constança Campos, 7.º A)

 
Lenda de Caio Palenciano
 
Na era de Jesus, passeava na praia de Matosinhos um ilustre cavaleiro da Maia, chamado Caio Palenciano.
Andava a passear em cima do seu cavalo com familiares e amigos.
A certa altura, passou uma barca e todos pararam para apreciar o seu ritmo, até que o cavalo de Caio, inexplicavelmente, correu com Caio para dentro de água e só voltaram a vir à tona quando chegaram ao lado da barca, tendo sido puxados para cima por umas vieiras. Nesse momento, Caio perguntou qual a razão da sua viagem e a tripulação respondeu que eram discípulos cristãos  de Tiago e que levavam o corpo do mestre para Espanha, onde este tinha pregado o Evangelho.
O fenómeno acontecido com Caio e o seu cavalo era sinal de que Caio era o escolhido pelo Senhor para abraçar a lei de Deus. Após o ocorrido, Caio foi ali mesmo batizado com água do mar e regressou a terra onde converteu todos os familiares e amigos.
(Pesquisa de Lopo Coelho, 7.º A)

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